quarta-feira, 6 de julho de 2016

A HISTÓRIA VIVE

A HISTÓRIA VIVE[1] Professor Me. Ciro José Toaldo                                                

            A História sempre foi cultivada por todas as sociedades, pois, preocupa-se com o Homem, seu passado, seu presente e futuro. Precisamos estudar  História como o ar que respiramos: pois, ela está sempre presente, mesmo sem a gente perceber. É como o mar, sempre em movimento. A História é rica, agitada, viva e dinâmica que empenha as criaturas na luta por melhores situações e não no saudosismo de outras eras. É  Cheia de alegrias e dores, bem do jeito das pessoas que aqui vivem. É movida pela força dos grupos humanos, com caras, hábitos e interesses diferentes. Se pensarmos, por exemplo, na História de nosso Brasil, veremos que ela vai sendo construída entre o silêncio, festas, prisões, paixões, tiroteios, carinhos, ódios. Na verdade, o grande personagem da História, somos todos nós, seres humanos.
            Desta forma é preciso ficar alerta, porque, de modo geral, as pessoas associam a palavra  “HISTÓRIA” (do grego HISTOR – aquele que viu, que testemunhou um acontecimento) a uma lista de datas, fatos, nomes de grandes personagens, quase que uma lista telefônica exclusiva de pessoas importantes.
            Não há homem sozinho, e o que ele construiu, realizou, sonhou ou perdeu, aconteceu em conjunto, com outras pessoas e em determinadas circunstâncias da época.
            Assim, fica claro que a História não é o saber das coisas velhas, mas o Homem preocupado com seu destino, sua origem buscando entender, dominar e superar sua realidade. A justa compreensão do sentido histórico faz o homem alguém, integrado em seu tempo, ao contrário do suposto pelos cultivadores da disciplina, apenas para endeusar a pátria, a religião em práticas distorcidas e condutoras da falsificação de todo o tipo. Quem não está em sintonia com sua época não pode entender outras épocas.
            É dentro desta visão da História que precisamos refletir, por exemplo, por quais motivos ganhou ênfase às comemorações dos ditos 500 anos de História do Brasil? Será que termos apenas 500 anos de História? Que fato utilizou-se para começar a contar estes “500 anos”?
            Não permitir essa reflexão é desconhecer a História, portanto, é dar outro “sentido” aos acontecimentos, é “endeusar” o fato, fazendo com que o povo e os nossos alunos continuem a ver apenas a história do herói e do vencido. É Reafirmar que o brasileiro é ‘manso’ e não resiste.
            E, no entanto, nosso Brasil está aí mergulhado na injustiça, na corrupção, na violência, na desigualdade social, em episódios que nos deixam indignados.
            A História Vive. Façamos deste momento forte da História, uma reflexão e não uma ‘reprodução’ como muitos meios de comunicação e escolas fazem.



[1] Para entender que a História Vive é preciso levar em consideração a visão do historiador Josep Fontana que em seu livro "História depois do fim", nos relata sobre como entender a história: "temos de elaborar uma visão da história que nos ajude a entender que cada momento do passado não contém apenas a semente de um futuro pré-determinado e inescapável, mas sim a de toda uma diversidade de futuros possíveis. Um dos grandes desafios que temos como historiadores é o de voltar a metermo-nos nos problemas do nosso tempo, como fizeram no passado aqueles nossos antecedentes que ajudaram melhorar as coisas com seu trabalho." (1998: 275) *** Trabalho feito pela acadêmica da FINAV, após trabalharmos com textos de História.


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