A
HISTÓRIA VIVE[1] Professor Me. Ciro José Toaldo
A
História sempre foi cultivada por todas as sociedades, pois, preocupa-se com o
Homem, seu passado, seu presente e futuro. Precisamos estudar História como o ar que respiramos: pois, ela
está sempre presente, mesmo sem a gente perceber. É como o mar, sempre em movimento. A História
é rica, agitada, viva e dinâmica que empenha as criaturas na luta por melhores
situações e não no saudosismo de outras eras. É
Cheia de alegrias e dores, bem do jeito das pessoas que aqui vivem. É
movida pela força dos grupos humanos, com caras, hábitos e interesses
diferentes. Se pensarmos, por exemplo, na História de nosso Brasil, veremos que
ela vai sendo construída entre o silêncio, festas, prisões, paixões, tiroteios,
carinhos, ódios. Na verdade, o grande personagem da História, somos todos nós,
seres humanos.
Desta forma é preciso ficar alerta, porque, de modo
geral, as pessoas associam a palavra
“HISTÓRIA” (do grego HISTOR – aquele que viu, que testemunhou um
acontecimento) a uma lista de datas, fatos, nomes de grandes personagens, quase
que uma lista telefônica exclusiva de pessoas importantes.
Não há homem sozinho, e o que ele
construiu, realizou, sonhou ou perdeu, aconteceu em conjunto, com outras
pessoas e em determinadas circunstâncias da época.
Assim, fica claro que a História não
é o saber das coisas velhas, mas o Homem preocupado com seu destino, sua origem
buscando entender, dominar e superar sua realidade. A justa compreensão do
sentido histórico faz o homem alguém, integrado em seu tempo, ao contrário do
suposto pelos cultivadores da disciplina, apenas para endeusar a pátria, a religião
em práticas distorcidas e condutoras da falsificação de todo o tipo. Quem não
está em sintonia com sua época não pode entender outras épocas.
É dentro desta visão da História que
precisamos refletir, por exemplo, por quais motivos ganhou ênfase às
comemorações dos ditos 500 anos de História do Brasil? Será que termos apenas
500 anos de História? Que fato utilizou-se para começar a contar estes “500
anos”?
Não permitir essa reflexão é
desconhecer a História, portanto, é dar outro “sentido” aos acontecimentos, é “endeusar”
o fato, fazendo com que o povo e os nossos alunos continuem a ver apenas a
história do herói e do vencido. É Reafirmar que o brasileiro é ‘manso’ e não resiste.
E, no entanto, nosso Brasil está aí mergulhado na
injustiça, na corrupção, na violência, na desigualdade social, em episódios que nos deixam
indignados.
A História Vive. Façamos deste
momento forte da História, uma reflexão e não uma ‘reprodução’ como muitos
meios de comunicação e escolas fazem.
[1]
Para entender que a História Vive é preciso levar em consideração a visão do historiador Josep Fontana que em seu livro
"História depois do fim", nos relata sobre como entender a história:
"temos de elaborar uma visão da história que nos ajude a entender que cada
momento do passado não contém apenas a semente de um futuro pré-determinado e
inescapável, mas sim a de toda uma diversidade de futuros possíveis. Um dos
grandes desafios que temos como historiadores é o de voltar a metermo-nos nos
problemas do nosso tempo, como fizeram no passado aqueles nossos antecedentes
que ajudaram melhorar as coisas com seu trabalho." (1998: 275) ***
Trabalho feito pela acadêmica da FINAV, após trabalharmos com textos de
História.
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