sexta-feira, 29 de julho de 2016

             RELAÇÕES SOCIAIS E ÉTICAS
8º Semestre  Pedagogia 
            Ética e relações sociais entre o existente e o possível 
Pedrinho Guareschi  

Vivemos uma situação social onde se constata uma lacuna: a dimensão ética está praticamente ausente das decisões políticas, culturais e sociais. Há um vazio ético que ameaça corroer a alma nacional. Os escândalos e as situações constrangedoras em que se vê envolvida grande parte dos responsáveis pela coordenação nacional, obriga os cientistas sociais a se voltarem, urgentemente, para a análise e discussão desses problemas urgentes. O Ser Humano é um sujeito de relações, não como algo pronto, mas como em contínua construção. Ser humano significa, de fato, tornar-se humano, conquistar-se. A subjetividade humana é o resultado de milhões de relações. Recortamos, do universo dos milhares e milhões de relações que estabelecemos, parcelas específicas, diferenciadas e, com isso, construímos nossa subjetividade.
Por isso mesmo, somos singulares, únicos, irrepetíveis, pessoais (pessoa = relação). Somos como que o ancoradouro de milhões de experiências, naus dispersas num imenso universo que um dia aportaram em nosso pequeno porto. E na medida em que tomamos consciência do que fizeram de nós, nos libertamos, pois é a verdade que liberta. E na medida em que somos conscientes e livres, somos responsáveis.
Esse sujeito humano, singular e responsável, é também um sujeito ético, individual e social. Somos sujeitos pessoais, únicos, irrepetíveis e responsáveis por nossos atos; ao mesmo tempo, e no mesmo nível de profundidade, o sujeito pessoal comporta a dimensão social: somos biologicamente sociáveis, seres políticos, feitos para a convivência. Essa a lição de Aristóteles: “Um homem incapaz de integrar-se numa comunidade, ou que seja autossuficiente a ponto de não ter necessidade de fazê-lo, não é parte de uma cidade, por ser um animal selvagem ou um deus”. 
A ética, portanto, é individual e social ao mesmo tempo. Ninguém é ético para si; somos éticos em relação aos outros e em relação à distribuição e posse dos bens materiais. Essa consideração nos leva um passo adiante: qual o centro da ética? É o próprio Aristóteles que nos diz que a justiça é a virtude central da ética, pois ela comanda os atos de todas as virtudes. Esta forma de justiça não é parte da virtude, mas a virtude inteira e seu contrário, a injustiça, também não é uma parte do vício, mas o vício inteiro.  
Ainda: Essa forma de justiça (geral) é, portanto, uma virtude completa e governa nossas relações com os outros; por isso, muitas vezes, a justiça é considerada a virtude mais perfeita. É esse tripé — ser humano, ética, justiça — que está em jogo quando queremos discutir ética e relações sociais: o ser humano como relação e sujeito da ética, a ética como ética das relações e relações sociais que sejam justas (justiça). Esse tripé é, na verdade, inseparável. No momento em que falamos em ser humano, o entendemos como um ser humano resultado de milhões de relações. Esse ser humano é sempre pessoal e socialmente ético. 
Quando falamos de ética, falamos de ética de relações, pois é somente às relações (conosco, com os outros seres humanos, com a natureza) que se pode aplicar o adjetivo ético; um ser humano é ético por que as relações que ele estabelece são éticas. Não existe, é incompreensível o puro indivíduo, isolado e separado de tudo. 
Nós nos fazemos e nos constituímos através de relações, e a essas relações se atribui especificamente o adjetivo ético. Alguém é ético ou antiético se age bem ou mal em relação a algo ou a alguém.
O passo mais difícil, e mais obscurecido e negado é a ligação entre ética e justiça. Há um elo necessário, inseparável, entre essas duas realidades. Começa pelo fato de que justiça é uma relação. Ninguém é justo sozinho. Somos justos quando estabelecemos e quando passam a existir relações justas, igualitárias, entre dois seres. A ideia de que existe alguém que pode ser justo sozinho é uma fantasia do individualismo, fundamentada na ideologização liberal de um ser humano separado de todo o resto, absoluto (que para Aristóteles é ou um animal, ou um deus).
A justiça tem a ver, pois, com relações. Justiça é um princípio fundador, fundamentado em duas premissas: 1. Cada pessoa deve ter direito ao sistema total mais amplo de liberdades iguais básicas compatível com um sistema similar de liberdade para todos. 2. As desigualdades sociais e econômicas devem ser estruturadas de tal modo que sejam, ao mesmo tempo, para o máximo proveito dos menos favorecidos, nos limites de um justo princípio de poupança, e ligadas a cargos e posições acessíveis a todos, sob condições de uma justa igualdade de oportunidade. O primeiro é o princípio da liberdade; o segundo é o da diferença.
É importante distinguir a diferença entre Ética e Moral. Em psicologia são ciências afins. Mas, é possível distingue seis estágios de desenvolvimento moral, dentro de três níveis: 
1. No nível pré-condicional, a criança é primariamente influenciada pelas consequências do que ela faz. Há dois graus: a criança obedece porque os adultos são poderosos e podem castigar os que se comportam mal (primeiro estágio), ou a criança tenta obter satisfação de necessidades de tal modo que ela consiga recompensas (segundo estágio). 
2. No nível convencional, uma criança mais crescida torna-se consciente e interessada no que esperam dela e tenta comportar-se de maneira tal que possa ir ao encontro dessas expectativas. Temos aqui mais dois estágios: há um desejo de ser um bom menino ou menina, de modo que os outros possam aprovar nossa conduta (terceiro estágio), e há o desenvolvimento da noção de se cumprir com a obrigação, respeitar a autoridade e preservar a ordem social, pois tais coisas são tidas como certas e corretas (quarto estágio). 
3. No nível pós-convencional, à medida que a pessoa amadurece, orienta-se para valores morais abstratos e para o que ela pessoalmente achar correto. Os dois últimos estágios são: a pessoa começa a pensar sobre os direitos dos outros, o bem comum e as leis adotadas pela maioria (quinto estágio), e os padrões de justiça escolhidos pela pessoa e sua própria consciência têm mais influência no seu comportamento do que as regras e leis existentes na sociedade (sexto estágio).
Como se vê na análise desses três níveis, o desenvolvimento moral começa com um egocentrismo fechado (anomia), passando por uma identificação ético-psicológica com a sociedade, aceitando-se acriticamente os critérios éticos estabelecidos (heteronomia e socionomia), até chegar a uma motivação ética baseada nos princípios de justiça que permitem julgar a própria sociedade (autonomia).  
Nesse desenvolvimento podemos visualizar a passagem de um comportamento moral, para um comportamento ético. A moral se coloca principalmente na heteronomia e socionomia, onde os determinantes são ainda externos.
A regra básica da justiça é a igualdade distributiva: tratar cada homem de modo igual. A justiça permanece, pois, como sendo o centro de toda fundamentação ética. A justiça se entende, pois, desde os que sofrem injustiça, pois sendo a justiça uma relação que tem a ver com igualdade, respeito, direitos iguais etc. é normalmente e naturalmente a partir dos que estão privados e faltantes desses bens e direitos que se pode começar a pensar em restabelecimento dessas lacunas.
Seria + justo dizer que o princípio de justiça implica a perspectiva dos que estão em desvantagem. A justiça pertence à esfera ética enquanto princípio de opção, mas também à esfera metaética enquanto implica um ‘para onde’ de uma cosmovisão. Há uma distinção entre ética e moral, ou moralidade. Moral, ou moralidade, indicam o sistema ou a ordem estabelecidos no poder. Já ético, ou eticidade, se referem à ordem futura, à transformação das estruturas vigentes, e à libertação de toda estrutura de injustiça. Nesse sentido, o moral, isto é, a ordem estabelecida, muitas vezes não é ético, e vice-versa. Haveria algum critério que nos pudesse orientar num sentido de termos mais garantia e segurança de que na realidade estamos no caminho da ética, e não apenas reproduzindo uma moralidade existente na sociedade?
No Documento “Exigências Éticas da Ordem Democrática” da CNBB, há uma afirmação que pode colaborar na tentativa de responder a esta questão: A existência de milhões de empobrecidos é a negação radical da ordem democrática. A situação em que vivem os pobres é critério para medir a bondade, a justiça, a moralidade, enfim, a efetivação da ordem democrática. Os pobres são juízes da vida democrática de uma nação. 
Se concordarmos que democracia signifique algo moral e ético, na medida em que esses pobres sejam os juízes da verdadeira democracia, serão também os juízes da ordem ética. A existência de pobres negaria a ética. 
Os excluídos seriam os juízes da existência ou suas presenças seria a negação de relações sociais éticas na vida sociopolítica e econômica de uma sociedade.
  
O ENTUSIASMO EM SEU VIVER!  Professor Me. Ciro José Toaldo  
  
Deixando de lado a questão política, mas torcendo e acompanhando com atenção o governo interino, sem abandonar a vigilância para com os corruptos, pretendo com este artigo, demonstrar que a vida é cheia de oportunidade, a partir do momento que estamos abertos aos ensinamentos do cotidiano para viver com entusiasmo!  
Participei de um velório, era um senhor muito humilde e era casado com uma conhecidíssima senhora de nossa cidade. Diante daquele cadáver, refleti a respeito dos valores da existência e o sentido da luta diária. Estas indagações acompanharam meus pensamentos por dias e, para minha  surpresa, num evento de nossa comunidade encontrei a viúva, com seu mesmo ritmo, como sempre fazia com seu companheiro: vendendo sua pipoca em seu pequeno carrinho!   
Estimados leitores, devemos aprender com os ensinamentos da vida, principalmente com os humildes que não desanimam diante de obstáculos. Na verdade, uma pipoqueira pode ensinar o que é realmente o otimismo do viver, sem abalo pelos percalços diários! Estamos inseridos num contexto que nos leva a perder o encanto da simplicidade da existência e, quando somos tentados a viver como escravos do dinheiro, além de se perder o sentido da existência, não se consegue reagir frente às dificuldades, esquecendo do entusiasmo que é o estado de exaltação do espírito que transmite energia positiva e faz superar a negatividade.     
Quando estudei com os Padres Capuchinhos no Seminário Santa Maria, aprendi, entre tantos ensinamentos, que a vida ganha sentido quando lutamos e conseguimos ser fortes, superando as barreiras que surgem na estrada da vida e quando se aprende com os erros dos outros, não fazendo fofoca ou promovendo maledicência. A vida é curta e não podemos perder tempo com a vida alheia; encontrar um meio para viver com sentido, tendo entusiasmo, sem a preocupação de amontoar riqueza é ingrediente que oportuniza o sentido da existência!   
Convivemos com inúmeras criaturas gananciosas e ávidas pelo dinheiro. Quantas famílias destruídas pela falta de diálogo, por individualismo e pela vontade de obter riqueza, imaginando que esta irá trazer a felicidade. Estas pobres e infelizes criaturas, além de perderem a oportunidade de viver com entusiasmo e de aproveitar cada dia para ser feliz e ajudar quem esta a sua volta, torna o mundo triste, uma vez que sua energia negativa que se espalha pelo universo. Como deve ser melancólica a vida destes pobres coitados ao perderem a oportunidade de percorrer seu caminho e deixando suas marcas positivas por onde passam. Estas apáticas e desoladas pessoas, altamente egoístas, por não descobrirem sua vocação deixam de fazer o que dá prazer e tornam-se peso por ande passam.  
Para viver com entusiasmo é preciso se afastar deste tipo criatura, pois pensam apenas em sua ambição. Se você deseja o entusiasmo, busque valorizar as coisas simples da vida, siga sua intuição, não viva de aparência e ouse sonhar grande; pense positivamente; seja humilde; saia de seu pequeno mundo e ajude seu próximo; ouça mais e fala menos; sinta-se útil; não viva de qualquer modo; cuide de sua aparência; não reclame; permita-se ter momentos de relaxamento e descontração; siga uma religião e veja ao seu redor as maravilhas do Criador que demonstram a grandeza do entusiasmo.    
Viver é dom maravilhoso, mas uma vida com entusiasmo é magnífica, mesmo com situação desfavorável há uma chama de vigor, vinda de seu íntimo que passa a ser remédio para todos os males.   
Acredite no poder do entusiasmo e mude de vida! 

MEU AMIGO DORVALINO!

                                                             AO MEU AMIGO DORVALINO! Professor Me. Ciro José Toaldo                 Na...