segunda-feira, 3 de agosto de 2020

NACIONALISMO AFRICANO E ASIÁTICO - 4ª FASE A/B - EJA - HISTÓRIA - PROF. CIRO - 3º BIM

EMEF MARECHAL RONDON – HISTÓRIA – PROF. Me. CIRO T. – 4ºFASE A/B - EJA

Nome _______________________________ 3º BIM 2020 (Texto para as aulas de 04 e 11/08)

                                      NACIONALISMO AFRICANO E ASIÁTICO

Após estudarmos a respeito da Guerra Fria e a Questão Palestina, com a criação do Estado de Israel, iremos ver a situação de dois continentes: África e Ásia que foram explorados pelos europeus que usaram de violência, confisco de terras, trabalho forçado, cobrança de impostos abusivos e o racismo que oprimia os africanos e asiáticos em sua própria terra. Nos trinta anos que se seguiram ao final da Segunda Guerra (1945), a imensa maioria dos povos daqueles continentes conquistou sua independência.

            Razões que motivaram a independência dos povos africanos e asiáticos: a) a luta dos próprios africanos e dos asiáticos pela independência de seus países; b) o enfraquecimento das potências colonialistas europeias devido às perdas sofridas durante a Segunda Guerra. No imediato pós-guerra, os europeus passaram a canalizar seus esforços para a reconstrução de seus países. Isso facilitou a ação da resistência africana e asiática ao colonialismo europeu; c) a força de movimentos como o pan-africanismo e a negritude.

O pan-africanismo foi um movimento surgido na América Central e Estados Unidos no início do século XX, para transformar a situação dos africanos e libertá-los da pobreza e opressão. Mas a noção de raça dos líderes do pan-africanismo não era a mesma dos europeus: para eles, raça era um fator capaz de unir os diversos povos negros da África na luta contra os dominadores. O líder deste movimento foi o jamaicano Marcus Garvey (1887-1940) que afirmou ser a África, berço de grandes civilizações, era uma “pátria livre”, pronta para receber seus filhos.

A negritude foi movimento do final dos anos 1930 que alimentou as independências africanas, um de seus líderes foi Leopold Senghor, 1º presidente do Senegal (1960-1980). Defendia a valorização das culturas negras e rejeitava a dominação colonialista.

As lutas pela independência da África e da Ásia também contaram com a solidariedade dos países recém-libertos. Na Conferência de Bandung, realizada na cidade de Bandung, na Indonésia, em 1955, 29 países independentes se autodenominaram Terceiro Mundo, declararam-se não alinhados, ou seja, neutros na Guerra Fria entre EUA e URSS, e prometeram apoiar as independências na África e na Ásia.

ÁSIA - Na Ásia foi muito forte o movimento de independência da Índia que era uma colônia da Inglaterra, desde o século XIX. No início do século XX, a resistência indiana à dominação britânica passou a contar com a liderança de Gandhi (1869-1948). Para enfrentar a dominação inglesa, Gandhi propôs a resistência pacífica, baseada na não violência e na desobediência civil. Ou seja, os indianos eram incentivados a não usar e nem comprar produtos ingleses, a desobedecer às leis que os discriminavam dentro da própria Índia e a não pagar impostos como, por exemplo, o imposto sobre o sal.  

Nos anos 1930, o movimento de resistência pacífica alcançou grande popularidade e reconhecimento internacional. Gandhi fez greve de fome para unir hindus e muçulmanos (24% da população na Índia), em torno da luta pela independência. Pressionado pela resistência indiana e abalado pela crise decorrente das perdas sofridas com a Segunda Guerra, o governo inglês aceitou negociar
a independência com os indianos. Mas optou pela divisão da Índia em dois países: República da Índia, de maioria hindu; República do Paquistão, oriental e ocidental, de maioria muçulmana. Em 1971, o Paquistão Oriental constituiu um país separado, de nome Bangladesh.

ÁFRICA - Em 1945, poucos países eram independentes deste continente.

Congo – era um território 80 vezes maior que Bélgica, ficava no coração da
África,  era propriedade do rei belga Leopoldo II (1865- 1909); depois foi  administrado pela Bélgica. Rico em cobre, zinco, manganês, urânio e diamante, atraiu poderosas companhias como a Unilever que explorava as riquezas em troca de baixos salários. Não havia liberdade. Em 1956 criou-se o Movimento Nacional Congolês (MNC), liderado por Patrice Lumumba para ter a independência. Pressionados, os belgas se retiraram, em 30/06/1960, o Congo tornou-se independente; o primeiro chefe de governo foi Lumumba, não uniu o Congo, em 1961 Joseph-Desiré Mobutu, assume o poder.

Angola, Moçambique e Guiné-Bissau - Na África de domínio português, a vida dos africanos era marcada por exploração. Em 1930, angolanos pressionaram o governo português por melhores condições de trabalho e obtiveram a promessa de ter salários e respeito aos seus costumes. Em Lisboa (Portugal), em 1951, universitários vindos da África, como Amílcar Cabral (Guiné-Bissau), Agostinho Neto (Angola) e Noémia de Sousa (Moçambique) usam da poesia como arma de combate ao colonialismo. Muitos deles continuaram na luta pela libertação de seus países. Em Angola foi criado o MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola), liderado por Agostinho Neto (1922-1979), a Frelimo (Frente para a Libertação de Moçambique), dirigida mais tarde por Samora Machel (1933-1986).

Em 1974, em Portugal ocorre a Revolução dos Cravos, Soldados com apoio da população derrubaram a ditadura salazarista que estava com o poder por 42 anos. Vitorioso, o novo governo adotou o lema: “Democracia em nosso país, descolonização na África”. Foi onde se reconheceu as independências africanas: Moçambique (1974) e Angola (1975) sob a presidência de Agostinho Neto.

A luta contra apartheid na África do Sul -  Em alguns países africanos independentes, os nativos lutaram contra a opressão de regimes segregacionistas como na África do Sul. No começo do século XX, a África do Sul, país rico em recursos minerais, era habitada por povos negros, mas comandados por minoria branca.  Em 1948 foi oficializado apartheid: regime segregacionista, separando negros e brancos. Em 1964, foi preso Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua. Em 1976, milhares de estudantes negros pediam o fim apartheid. Em 1990, Nelson Mandela foi liberto da prisão; em 1994, ocorreram as primeiras eleições com a participação dos negros e este foi eleito presidente da República que aprovou a Lei de Direitos sobre a Terra, que restituiu às famílias negras as terras que lhes tinham sido usurpadas. (Fonte: Boulos, 2018 - p.164-173)

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