EMEF
MARECHAL RONDON – HISTÓRIA – PROF. Me. CIRO T. – 4ºFASE A/B - EJA
Nome _______________________________ 3º BIM 2020 (Texto para as aulas de 04 e 11/08)
NACIONALISMO
AFRICANO
E ASIÁTICO
Após estudarmos a
respeito da Guerra Fria e a Questão Palestina, com a criação do Estado de
Israel, iremos ver a situação de dois continentes: África e Ásia que foram explorados
pelos europeus que usaram de violência, confisco de terras, trabalho forçado, cobrança
de impostos abusivos e o racismo que oprimia os africanos e asiáticos em sua
própria terra. Nos trinta anos que se seguiram ao final da Segunda Guerra
(1945), a imensa maioria dos povos daqueles continentes conquistou sua
independência.
Razões
que motivaram a independência dos povos africanos e asiáticos: a) a luta dos próprios africanos e dos
asiáticos pela independência de seus países; b) o enfraquecimento das potências colonialistas europeias devido
às perdas sofridas durante a Segunda Guerra. No imediato pós-guerra, os
europeus passaram a canalizar seus esforços para a reconstrução de seus países.
Isso facilitou a ação da resistência africana e asiática ao colonialismo
europeu; c) a força de
movimentos como o pan-africanismo e a negritude.
O pan-africanismo foi um movimento
surgido na América Central e Estados Unidos no início do século XX, para
transformar a situação dos africanos e libertá-los da pobreza e opressão. Mas a
noção de raça dos líderes do pan-africanismo não era a mesma dos europeus: para
eles, raça era um fator capaz de unir os diversos povos negros da África na
luta contra os dominadores. O líder deste movimento foi o jamaicano Marcus Garvey (1887-1940) que afirmou
ser a África, berço de grandes civilizações, era uma “pátria livre”, pronta para
receber seus filhos.
A negritude foi movimento do final dos
anos 1930 que alimentou as independências africanas, um de seus líderes foi Leopold
Senghor, 1º presidente do Senegal (1960-1980). Defendia a valorização das
culturas negras e rejeitava a dominação colonialista.
As lutas pela
independência da África e da Ásia também contaram com a solidariedade dos países
recém-libertos. Na Conferência de
Bandung, realizada na cidade de Bandung, na Indonésia, em 1955, 29
países independentes se autodenominaram Terceiro
Mundo, declararam-se não
alinhados, ou seja, neutros na Guerra Fria entre EUA e URSS, e
prometeram apoiar as independências na África e na Ásia.
ÁSIA - Na Ásia foi
muito forte o movimento de independência da Índia que era uma colônia da
Inglaterra, desde o século XIX. No início do século XX, a resistência indiana à
dominação britânica passou a contar com a liderança de Gandhi (1869-1948). Para
enfrentar a dominação inglesa, Gandhi propôs a resistência pacífica, baseada na não violência e na desobediência
civil. Ou seja, os indianos eram incentivados a não usar e nem comprar
produtos ingleses, a desobedecer às leis que os discriminavam dentro da própria
Índia e a não pagar impostos como, por exemplo, o imposto sobre o sal.
Nos anos 1930, o
movimento de resistência pacífica alcançou grande popularidade e reconhecimento
internacional. Gandhi fez greve de fome para unir hindus e muçulmanos (24% da população na Índia), em torno da luta
pela independência. Pressionado pela resistência indiana e abalado pela crise decorrente
das perdas sofridas com a Segunda Guerra, o governo inglês aceitou negociar
a independência com os indianos. Mas optou pela divisão da Índia em dois
países: República da Índia, de
maioria hindu; República do Paquistão,
oriental e ocidental, de maioria muçulmana. Em 1971, o Paquistão Oriental
constituiu um país separado, de nome Bangladesh.
ÁFRICA - Em 1945, poucos países eram independentes
deste continente.
Congo – era um território 80 vezes maior que Bélgica,
ficava no coração da
África, era propriedade do rei belga
Leopoldo II (1865- 1909); depois foi administrado
pela Bélgica. Rico em cobre, zinco, manganês, urânio e diamante, atraiu
poderosas companhias como a Unilever que explorava as riquezas em troca de
baixos salários. Não havia liberdade. Em 1956 criou-se o Movimento Nacional Congolês (MNC),
liderado por Patrice Lumumba
para ter a independência. Pressionados, os belgas se retiraram, em 30/06/1960,
o Congo tornou-se independente; o primeiro chefe de governo foi Lumumba, não
uniu o Congo, em 1961 Joseph-Desiré Mobutu, assume o poder.
Angola, Moçambique e Guiné-Bissau - Na África de domínio português, a vida dos africanos era marcada
por exploração. Em 1930, angolanos pressionaram o governo português por
melhores condições de trabalho e obtiveram a promessa de ter salários e
respeito aos seus costumes. Em Lisboa (Portugal), em 1951, universitários
vindos da África, como Amílcar Cabral (Guiné-Bissau),
Agostinho Neto (Angola) e Noémia de Sousa (Moçambique) usam da poesia
como arma de combate ao colonialismo. Muitos deles continuaram na luta pela libertação
de seus países. Em Angola foi criado o MPLA
(Movimento Popular para a Libertação de Angola), liderado por Agostinho
Neto (1922-1979), a Frelimo (Frente para
a Libertação de Moçambique), dirigida mais tarde por Samora Machel
(1933-1986).
Em 1974, em Portugal ocorre a Revolução dos Cravos,
Soldados com apoio da população derrubaram a ditadura salazarista que estava
com o poder por 42 anos. Vitorioso, o novo governo adotou o lema: “Democracia
em nosso país, descolonização na África”. Foi onde se reconheceu as
independências africanas: Moçambique (1974) e Angola (1975) sob a presidência
de Agostinho Neto.
A luta contra apartheid na África do Sul - Em alguns países
africanos independentes, os nativos lutaram contra a opressão de regimes segregacionistas como na
África do Sul. No começo do século XX, a África do Sul, país rico em recursos minerais,
era habitada por povos negros, mas comandados por minoria branca. Em 1948 foi oficializado apartheid:
regime segregacionista, separando negros e brancos. Em 1964, foi preso Nelson
Mandela, condenado à prisão perpétua. Em 1976, milhares de estudantes negros pediam
o fim apartheid. Em 1990, Nelson Mandela foi liberto da prisão; em 1994,
ocorreram as primeiras eleições com a participação dos negros e este foi eleito
presidente da República que aprovou a Lei de Direitos sobre a Terra, que restituiu
às famílias negras as terras que lhes tinham sido usurpadas. (Fonte: Boulos, 2018 - p.164-173)
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