EGITO ANTIGO E REINO DE KUSH
O EGITO ANTIGO
Situado no nordeste da África no deserto, mas criaram uma civilização
fascinante. Desde 5000 a.C., os habitantes das aldeias próximas ao Rio Nilo
cultivavam o trigo, algodão e papiro (usado para fazer corda e uma espécie de
papel), isto foi possível porque aproveitavam as cheias deste rio.
O IMPÉRIO EGÍPCIO - Com disputas e alianças conseguiram terra e poder;
as aldeias às margens do Rio Nilo foram se agrupando em nomos, unidades administrativas chefiadas por nomarcas. A divisão do território por nomos permaneceu por toda a
história do Egito Antigo. Com o tempo, lutas e alianças entre os nomarcas
acabaram gerando dois grandes reinos: O Alto Egito (Sul) e o Baixo Egito
(Norte).
Esses reinos permaneceram separados até por volta 3100 a.C., quando Menés, Rei do Alto Egito, conquistou o
Baixo Egito e fundou o Império e se tronou o primeiro faraó (nome que se dava
ao rei entre os egípcios) e fundou a Primeira Dinastia (sucessão de reis da
mesma família). Nascia, assim, o Império Egípcio, com capital na cidade de
Tínis, depois substituída por Mênfis, atual Cairo.
PERIODIZAÇÃO - A história política do Egito é
dividida em três períodos, entremeados por fases de enfraquecimento do poder
dos faraós. Esse enfraquecimento geralmente decorria de desorganização do
Estado, de revoltas contra impostos abusivos e de lutas internas entre os
nomarcas. Esses períodos são: Antigo Império, Médio Império e Novo Império.
O Antigo Império (2680-2180 a.C.) foi
um período de relativa estabilidade econômica e política, parte da riqueza
proveniente dos impostos recolhidos foi usada para construir grandes obras como
as pirâmides na cidade de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos (estes foram nomes
de faraós que mandaram construir suas pirâmides para seu sepultamento) e a
esfinge (estatua corpo de leão e cabeça
de ser humano).
O Médio Império (2040-1780
a.C.) período em que os egípcios expandiram seu território em direção ao sul,
conquistaram a Núbia (região situada ao sul, rica em minerais, especialmente o
ouro e habitadas por povos negros). Apesar da prosperidade material os egípcios
enfraqueceram o Estado, com revoltas interna e facilitaram a penetração dos
hicsos, um povo da Ásia Central que invadiu o Egito em 1580 a.C. e o dominaram
por 170 anos.
O Novo Império (1580-1070 a.C.) se iniciou com a expulsão dos hicsos. Os faraós do Novo Império organizaram um poderoso exército com cavalaria e carros de combate, os egípcios conquistaram o Reino de Kush, na Núbia, ao sul, a Fenícia, a Palestina e a Síria, a nordeste e estenderam seus domínios até o Rio Eufrates, na Mesopotâmia, a leste. A partir daí, o Egito estabeleceu um grande comércio com todas essas regiões e com a Ilha de Creta o que deu ainda maior poder ao faraó.
Por meio de impostos e do controle das importantes rotas comerciais das regiões conquistadas, o faraó, os chefes militares e sacerdotes aumentaram sua riqueza, mas maioria da população empobrecia, justamente por ter que pagar impostos cada vez mais altos. Além disto, os camponeses tinham que abandonar o cultivo da terra para servir o exército. Essa situação gerou revoltas da maioria da população egípcia contra os impostos abusivos e o trabalho forçado, bem como as disputas internas e a reação dos povos dominados levou ao enfraquecimento do Estado que, em 525 a.C. foi conquistado pelos persas.
SOCIEDADE E PODER - A sociedade
egípcia era rigidamente estratificada e com pouquíssima mobilidade social, ou
seja, as chances de ascensão social eram mínimas, o individuo nascia e morria
pertencendo ao mesmo grupo social. FARAÓ
era o mais importante, considerado por todos um Deus vivo. Era a maior
autoridade administrativa, religiosa e militar do império. Era também dono de
todas as terras, possuía muitos funcionários, e recebia enormes quantidades de
impostos. Construía para ele e sua família a pirâmide que eram seus túmulos.
Eram templos magníficos, como por exemplo, as pirâmides de Quéops (146 m),
Quéfren (143 m) e Miquerinos (103m), edificadas pelos faraós do Antigo Império.
Abaixo dos faraós estavam os
altos funcionários e os sacerdotes. Entre os altos funcionários estavam o vizir e os escribas. O vizir supervisionava a polícia, a justiça e a cobrança
de impostos. Os escribas estudavam desde os cinco anos em escolas especiais e
registravam os impostos arrecadados, as áreas cultivadas, o volume da colheita,
os rebanhos. Os sacerdotes
constituíam um grupo poderoso e rico, cuja riqueza vinha das oferendas feitas
aos deuses nos templos. Os artesãos
egípcios (carpinteiros, ferreiros e joalheiros), com as madeiras faziam
brinquedos, móveis e barcos. Com o adobe (tijolo de argila) faziam casas e
palácios; com o ferro faziam armas; com o papiro faziam o papel; com metais
(ouro) faziam joias e ornamentos.
Nos períodos de prosperidade, como no Novo
Império, o comércio interno e externo cresceu, aumentaram muito o número de comerciantes. Os militares se fortaleceram durante as guerras de conquistas. A
maioria deles lutava em troca de terras e outras riquezas tomadas dos vencidos.
Os camponeses eram chamados de felás – constituíam a maior parte da
população e viviam pobremente. Trabalhavam nas propriedades dos sacerdotes, dos
altos funcionários, e a qualquer momento poderiam ser convocados para trabalhar
na construção de obras públicas. Sobrava-lhes muito pouco por que tinham que
entregar impostos altíssimos para o Estado. Os escravos eram obtidos nas guerras de conquistas e utilizados em
serviços pesados como trabalho nas minas, pedreiras e nas grandes obras
públicas. (Faça em seu caderno a pirâmide social do Egito
Antigo).
RELIGIOSIDADE EGÍPCIA – A
religiosidade era muito importe para os egípcios, todos acreditavam na vida
após a morte. Por isso, empenhavam-se em construir pirâmides para o faraó ter
uma “casa da eternidade”, local onde esperavam usufruir dos prazeres terrenos.
Os antigos egípcios eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses que
tinham forma humana (Osíris – deus da vida e da morte), humana e animal (Hórus,
homem com cabeça de falcão), ou somente forma animal (Anúbis, que tinha a
feição de um chacal). Entre os muitos
deuses egípcios estava também Amon-Rá, considerado criador do Universo, este
era o deus mais temido o mais popular era Osíris era o mais popular dos deuses
egípcios que acreditavam que ao morrer, todo indivíduo deveria comparecer ao
Tribunal de Osíris, para ser julgado. Se fosse absolvido, a alma voltava para o
corpo ao qual pertencia, mas o corpo deveria estar em condição para recebê-la,
dai se explica por que os egípcios desenvolveram as técnicas de mumificação
(tratar o corpo para evitar decomposição do cadáver, transformando-o em
múmia).
A
transformação do corpo de um morto em múmia dependia das posses. Os mais pobres
geralmente enterravam seus mortos na areia do deserto. Já os ricos, eram
mumificados por técnicos especializados nesse ofício. A múmia era colocada
dentro de um sarcófago, junto dele os egípcios deixavam uma variedade de
objetos: alimentos, cadeiras, armas, estátuas e joias – considerados
necessários ao morto.
Em
1922, o arqueólogo inglês Howard Carter, encontrou a tumba do faraó Tutancâmon
e o tesouro nela contido, estavam intactos, conseguiram ver o belo rosto do
faraó e muito ouro junto dele; também no seu túmulo encontraram objetos de
luxo, como cadeiras, armários, mesa e objetos pessoas. Sua mobília era composta
de mais de cinco mil objetos.
Tutancâmon
(1336 a 1327 a.C.) era filho do faraó Amenófis IV. Casou-se aos 8 anos,
provavelmente com sua meia-irmã, Anchesenamon. Assumiu o trono quando tinha
cerca de nove anos. Morreu, em 1324 a.C., aos dezenove anos, sem herdeiros e
com apenas nove anos de reinado. Devido ao fato de ter falecido tão novo, o seu
túmulo não foi tão suntuoso quanto o de outros faraós, mas mesmo assim é o que
mais fascina a imaginação moderna, pois foi uma das raras sepulturas reais
encontradas intactas. Ao ser aberta, em 1922, ela ainda continha peças de ouro,
tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egito de
3.400 anos atrás.
A
ESCRITA – Surgiu por volta de 300 a.C. era chamada de hieróglifos. Foi o francês Champollion que decifrou esta escrita,
depois de estudar a Pedra de Roseta (encontrada por Napoleão Bonaparte, no Rio
Nilo, em 1799).
A CIVILIZAÇÃO NÚBIA - A África
também foi berço de civilizações antigas, entre as quais estão a Egípcia e a
Núbia. A Núbia floresceu ao sul do Egito, entre a primeira e a sexta catarata
do Rio Nilo. Ela foi um importante elo entre os povos da África Central e os do
mar mediterrâneo.
No interior do território da
Núbia formou-se o Reino de Kush. Conforme provas arqueológicas, a história de
Kush está estreitamente ligada a do Egito. Foi achado um grande número de
produtos egípcios encontrados em terras núbias, e vice-versa. Por volta de 1530
a. C. o Reino de Kush foi conquistado pelos egípcios. Mais tarde, ocorreu o
contrário e os cuxitas deram início à XXV Dinastia, conhecida como Dinastia dos Faraós Negros, no Egito,
que reinou de 730 a.C. até 657 a. C.
Os cuxitas construíam diques para
represar a água do Nilo e canais para levá-la a lugares mais distantes,
proporcionando o desenvolvimento da agricultura, da pecuária e a formação de
aldeias que desencadearam o processo de formação do Reino de Kush que, apesar
de ter grande contato com o Egito, preservou a sua originalidade no (a): •
Sistema de Escolha do Rei; • Papel das Rainhas-Mães.
Se no Egito, o filho sucedia o
pai no trono, em Kush, o rei era escolhido pela comunidade. Inicialmente, os
lideres das comunidades elegiam aquele que consideravam o mais preparado para
exercer a liderança. Depois, lançando sementes ao chão, perguntavam aos deuses
da cidade se concordavam com a escolha, e pelo desenho que se formava ficavam
sabendo da resposta. Essa consulta ao deus legitimava a escolha. O escolhido
era homenageado com uma procissão que terminava com a festa de coroação do novo
rei. O rei tinha uma guarda permanente para protegê-lo, e era auxiliado por um
grupo de altos funcionários, como o chefe do tesourou, o escriba-mor e o
comandante militar.
No Reino de Kush os militares
eram valorizados, coisa previsível tendo o poderoso Egito como vizinho. Em caso
de necessidade, todos os homens eram convocados para as guerras.
CANDACE – A MULHER NA POLÍTICA -
No império Cuxita, as mulheres ocupavam posições políticas de destaque, tendo
ascendência inclusive sobre o clero. Algumas chegaram a assumir o governo do
Estado com o título de Candace
(rainha-mãe). A mais conhecida foi Amanishaketo (42-12 a.C.) que liderou a
resistência cuxita ao poderoso Império Romano. Amanishaketo conseguiu um acordo
com o imperador Otávio Augusto, que isentava os cuxitas de pagamento de
impostos aos romanos.
ECONOMIA E SOCIEDADE – Enquanto a
capital foi Napata, a principal atividade econômica dos cuxitas era a pecuária.
Em 580 a.C., a capital mudou para Méroe, onde as chuvas eram mais regulares e
ocorreu a expansão da agricultura (trigo, sorgo e cevada). O solo cuxita er
rico em metais, como ouro e ferro, e pedras preciosas como o rubi (pedra
preciosa de cor vermelha). Calcula-se que produziram um milhão e seiscentos mil
quilos de ouro (maior produtor de ouro do mundo antigo). Ouro era usado no
comércio com o Egito e com Roma. Destacaram-se os artesãos como ferreiros,
marceneiros, tecelões, ceramistas e joalheiros. Méroe tinha um comércio muito
próspero. SOCIEDADE – Camada dirigente era formada pelo rei e sua família,
pelos nobres que ocupavam altos cargos do funcionalismo e por sacerdotes. A
maioria da população livre era formada pelos agricultores meroítas. Havia as
camadas intermediárias formadas por artesãos, comerciantes, militares e
pequenos funcionários.
No ano de 330, o Reino de Kush
foi conquistado por outro reino africano, o Reino Axum, localizado ao Norte da
Etiópia. A civilização axumita da época já havia se convertido ao cristianismo,
por influência dos romanos quando estes ocuparam o Nordeste da África. Isso
explica por que a Etiópia é considerada o país cristão mais antigo da África
Subsaariana.
A História da África é tão
importante quanto a dos demais continentes. No entanto, arqueólogos e
historiadores se dedicaram somente ao Egito esquecendo centenas de outras
possibilidades. Por isso, a história da África ainda é um cenário a ser
pesquisado. Infelizmente, fanatismos religiosos, guerras, depredações e falta
de interesse das autoridades mundiais, estão fazendo com que a maioria deste
patrimônio seja destruída.
ATIVIDADES
1.
Quem foi o unificador do Egito e como ele
o unificou?
2.
Como era a composição social do Egito
Antigo?
3.
Comente a respeito da religiosidade do
Egito Antigo.
4.
Como os faraós negros conseguiram conquistar o
Egito?
5.
Quem era a Candace na História de Kush?
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